Aeronave SERIPA
Aeronave SERIPA disponibilizada pelo Exército Brasileiro através da Lei nº 12.527/2011

Grupo de estudo da FAB se reuniu para discutir sobre manutenção de aeronaves

O grupo de estudo do projeto MRM (Maintenance Resource Management – em Inglês) reuniu-se para discutir a segunda fase de estudos da manutenção quanto à necessidade de treinamento dos mantenedores. O encontro ocorreu na última quarta-feira (31/05), na sede do quinto serviço regional de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos (SERIPA V), em Canoas (RS).

O objetivo do grupo é gerar recomendações, considerando as melhores práticas internacionais, adaptadas e aprimoradas para o contexto da aviação civil e militar no Brasil. Por meio da análise de dados e informações observadas na realidade do profissional de manutenção, busca-se uma evolução nas condições de trabalho. Por ser uma atividade focada no fator humano, depende do comprometimento de todos os profissionais para alcançar os melhores resultados.

O Suboficial Milton Cardoso de Lima, especialista em manutenção da equipe do SERIPA V, teceu algumas considerações sobre a origem do projeto e breve retrospectiva sobre as atividades já desenvolvidas. Ele também destacou as tratativas do Acordo de Cooperação Científica entre o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ressaltando a sua importância na sustentação do projeto. “A assinatura do contrato permitirá avançar no cumprimento do extenso calendário de atividades previsto pelo Grupo de Trabalho”, declarou.

O MRM promete revolucionar a manutenção com a quebra dos atuais paradigmas, evidenciando autonomia e proatividade na prevenção de problemas futuros e agir, de forma eficiente, para evitá-los ou amenizá-los.

As discussões perpassam pela formação do técnico, cuja responsabilidade é manter o perfeito funcionamento de uma aeronave. Para isso, o Grupo de Trabalho analisou artigos científicos, documentos técnicos encontrados na literatura mundial, além de realizar entrevistas, storytelling (capacidade de contar histórias relevantes) e outros recursos que formarão a base do convencimento para as mudanças necessárias.

Para o Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Leonardo Pinheiro de Oliveira, a comunicação entre piloto e mecânico, ainda apresenta muitas barreiras. “O MRM surge como uma recomendação para mitigar as dificuldades de comunicação, trazendo esses profissionais para ocuparem o devido espaço na segurança de voo”, afirmou.

grupo de estudo seripaGrupo de estudo SERIPA disponibilizada pelo Exército Brasileiro através da Lei nº 12.527/2011

Ainda de acordo com o Suboficial Milton, na aviação civil, observa-se que a situação do mecânico está defasada do avanço tecnológico na área. "O Manual do Mecânico de Aeronaves empregado nos cursos de formação traz nomenclaturas e legislações fora de contexto. Muitos conceitos já estão ultrapassados, se comparados desde os primórdios da aviação às modernas aeronaves. É preciso falar de estocagem de aviões, combustível e lubrificantes, materiais compostos [composite], tecnologias embarcadas e outros temas relevantes”, explicou.

Segundo a Psicóloga Rosana Bauer, a conclusão do projeto resultará na elaboração de um manual de MRM, que abre caminho para a consideração do conhecimento técnico do profissional de manutenção. “Estamos repensando o papel do mecânico de voo e a sua contribuição no processo decisório, para que ele possa influenciar na eliminação de falhas ou erros humanos. Após a conclusão do projeto, será necessário um trabalho de divulgação para o convencimento de chefes, diretores e comandantes de organizações civis e militares”, afirmou.

Origem

A estruturação do MRM foi pesquisada com base nos manuais da Força Aérea Americana (USAF). O Tenente-Coronel Especialista em Avião Jocelyn Santos dos Reis, atualmente no CENIPA, conhece o assunto com profundidade. Ele se dedicou à tradução e à adaptação do manual em inglês para o português e elaborou uma apostila. Desde então, o tema tem sido disseminado em palestras, ampliando a rede de informação.

O MRM, que segue o modelo de abordagem inspirado no CRM (Crew Resource Management – na sigla em Inglês) é focado na valorização do homem de manutenção. “O treinamento abrange a atualização permanente, desde o planejamento, comunicação e apoio mútuo das equipes, passando pelo gerenciamento de serviço, consciência situacional, tomada de decisões e o debrifim, para minimizar erros humanos”, esclareceu.

A manutenção é um conjunto de ações capazes de manter a aeronavegabilidade de uma aeronave, seja avião ou helicóptero, para um voo seguro. São alvos do MRM o gerente de manutenção, mecânico, inspetor, suprimentistas e bibliotecários, ou seja, toda a equipe de profissionais de solo que desempenham atividades de manutenção de aeronaves.

Redação

Editores & Revisores

Especializações

Jornalismo

Redes sociais

A Redação da Revista Manutenção é composta por profissionais que atuam direta e indiretamente com manutenção no setor secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços) da economia, dispostos à difundir informações, artigos, opiniões, debates e eventos, para estudantes e profissionais que atuam com engenharia de manutenção e/ou confiabilidade, assim como na gestão de ativos, recursos, serviços e riscos.

A linha editorial da Revista Manutenção está plenamente alinhada com o código de ética e conduta de entidades, instituições e conselhos de classe como CONFEA, CREA e FNE, no sentido de fomentar o desenvolvimento social e econômico nacional, por meio do progresso ciêntício e tecnológico sustentável, com o objetivo de garantir o bem-estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade; nas suas raízes históricas, assim como nas gerações atuais e futuras.

Explorar o potencial da internet para tornar-se referência como acervo científico e tecnológico, através da publicação de conhecimento, sob licença de uso que o permita ser difundido entre estudantes e profissionais que atuam direta ou indiretamente com manutenção, cujos interesses sejam convergentes e alinhados com a missão, visão e valores descritos aqui.

O desenvolvimento social e humano é determinante para o desenvolvimento econômico do país e das empresas, portanto defendemos que o Estado, assim como a iniciativa privada, devem priorizar investimentos para a educação e capacitação profissional, assim como adotar e promover políticas e valores que promovam o estado de bem estar e justiça social, considerando o princípio da igualdade de oportunidades com isonomia e equidade.

O meio ambiente é patrimônio da humanidade, e não deve em hipótese alguma ser submetido aos interesses corporativos e/ou especulativos de mercado, portanto protegê-lo e preservá-lo através da legislação ambiental e demais recursos ciêntíficos e tecnológicos é um dever ético imutável e comum a todas pessoas, profissionais, empresas, governos e países.

O progresso social, político, econômico, científico e tecnológico nacional, depende da adoção de uma política econômica desenvolvimentista, não ortodoxa, que reverta e supere as crises econômicas resultantes do modelo fracassado que popularizou-se nos países sub-desenvolvidos em meados da década de noventa.

A meritocracia é uma distopia que catalisa a corrupção e subverte as regras instituídas em nome do bem-estar coletivo, tornando-as flexíveis e barganhaveis diante de interesses escusos, portanto ela deve ser superada.

A transparência é sinônimo de lisura, portanto informações e opiniões devem ser devidamente separadas e identificadas, para evitar que o público seja submetido ao engodo da persuasão e da fabricação de consenso.

Todo conhecimento adquirido, seja ela discursivo ou intuitivo, deve ser multiplicado, compartilhado e utilizado para garantir que os valores expressos acima, sejam consolidados de modo empírico.