Manutenção de aeronaves
Manutenção de aeronaves disponibilizada pelo Força Aérea Brasileira através da Lei nº 12.527/2011

FAB qualificou profissionais de manutenção para atuar na prevenção de acidentes

O curso debateu diversos temas, como planejamento operacional, manutenção de aeronaves e performance de voo. O Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V) encerrou na sexta-feira (14/07) o Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos para a Aviação Agrícola. O evento, que teve a duração de duas semanas, aconteceu em Canoas (RS), e formou profissionais para atuar na Segurança de Voo de empresas aeroagrícolas.

Pilotos, mecânicos, técnicos, proprietários e gerentes da Aviação Agrícola, além de pilotos e mecânicos da Força Aérea Brasileira, foram declarados Elementos Certificados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), considerados aptos para trabalhar pela prevenção de ocorrências aeronáuticas em qualquer lugar do país.

“Liguem e façam contato que nós auxiliaremos. Orientem, conversem no ambiente de trabalho com seus companheiros e assessorem seus chefes. Nosso papel não é punir, mas apurar os fatores contribuintes de um acidente para que o problema seja corrigido. Tenham em mente que estamos do mesmo lado”, destacou o Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Leonardo Pinheiro de Oliveira.

O curso debateu diversos temas, como planejamento operacional, manutenção de aeronaves e performance de voo. No decorrer do curso, os palestrantes debateram os mais diversos temas, como: planejamento operacional, manutenção de aeronaves, violações à legislação, operações heliagrícolas, doutrina de segurança de voo, psicologia aplicada à aviação, combustível e lubrificantes, manuseio de agrotóxicos, aerodinâmica e performance de voo, direito aeronáutico, entre outros.

curso manutencao aeronave agricola fabCurso FAB disponibilizada pelo Força Aérea Brasileira através da Lei nº 12.527/2011

Atividades práticas foram desenvolvidas no contato com a realidade da Aviação Agrícola. O exercício de Vistoria de Segurança de Voo, realizado na empresa Taguató Aviação Agrícola, chamou a atenção dos alunos para os pequenos problemas com os quais convivem no cotidiano da organização, enquanto situações críticas passam despercebidas em função da pressão das operações aéreas.

As dúvidas sobre o Relatório de Prevenção (RELPREV) também foram esclarecidas por meio de exercício prático de um estudo de caso. Os alunos simularam o preenchimento adequado das informações a serem notificadas para o CENIPA, Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e no âmbito das empresas aéreas.

“Até por falta de conhecimento, muitos operadores não dão a real importância para situações de potencial risco que podem resultar em acidente aéreo. A simples ausência de sinalização em áreas prioritárias do hangar, bem como o vazamento de combustíveis e a adequada manutenção das aeronaves, são alguns dos exemplos que podem ser prevenidos com medidas simples”, explicou o coordenador do exercício Suboficial Andre Luís Raimann.

Segurança

O empresário da Santa Vitória Aviação Agrícola, Piloto Enio de Cesere, mostrou em sua palestra o modelo de gestão implantado na própria empresa, em que a segurança da atividade aérea começa na seleção e admissão do piloto. Ninguém entra na aeronave sem antes passar por um curso de treinamento de adaptação às normas da empresa. Há doze anos no mercado, sem nenhuma ocorrência investigada, ele atribui o “zero acidente” à supervisão gerencial das operações aeroagrícolas.

O orador da Turma, Piloto Agrícola Leonardo Ongarato, tem oito mil horas de voo e chamou a atenção do grupo para a seriedade da prevenção. “Saímos daqui com a responsabilidade de levar a segurança de voo para as nossas vidas e para as nossas organizações. A partir de hoje, a nossa consciência mudou. A mentalidade da prevenção não é só apontar os erros, mas, sobretudo, mostrar aos demais o caminho da segurança da Aviação Agrícola”, ressaltou.

De todos os temas abordados no curso, Ronaldo Xavier, Técnico Agrícola na Empresa Taim aeroagrícola, destacou a importância do RELPREV. “Os pequenos problemas que passam despercebidos no cotidiano da organização podem ser quantificados e reportados para a correção, evitando muitas ocorrências aeronáuticas com a interrupção da cadeia de eventos”, disse.

Já o professor Rogério Cardozo, da Faculdade de Ciências Aeronáuticas do Instituto Toledo, de Bauru (SP), está na aviação desde 1981, e aproveitou o período de férias para fazer o curso. “Vim em busca dessa atualização de conhecimentos, extremamente importante, na área de segurança da aviação, que pretendo repassar para os meus alunos”, declarou.

O instrutor de voo Gabriel Pereira elogiou a qualidade dos instrutores e o trabalho da coordenação, destacando o nível das palestras por mostrar a ampla visão do gerenciamento do risco na Aviação Agrícola. “Informações atualizadas e de credibilidade por associarem o mundo científico com a prática. Se houvesse uma plataforma online para o aluno acessar antes do curso, isso daria uma maior dinâmica em sala de aula”, sugeriu.

Para o Capitão Aviador Bruno Israel da Silva, da FAB, primeiro colocado no curso, com atuação no Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VII), o trabalho da prevenção é mais prazeroso. “A prevenção acontece com hora marcada em congressos, seminários e cursos, enquanto a investigação ocorre inopinadamente e temos que saber lidar com a situação. O curso trouxe essa visão”, finalizou.

Texto: Primeira edição publicada na Revista Manutenção sob lei de acesso à informação  Lei de acesso à informação {japopup type="ajax" content="http://www.revistamanutencao.com.br/licenca/lei-de-acesso.html" width="800" height="600"}{/japopup}
Imagens: As imagens possuem licenças específicas, consulte as respectivas legendas
Manutenção de aeronaves disponibilizada pelo Força Aérea Brasileira através da Lei nº 12.527/2011
Curso FAB disponibilizada pelo Força Aérea Brasileira através da Lei nº 12.527/2011
Redação

Editores & Revisores

Especializações

Jornalismo

Redes sociais

A Redação da Revista Manutenção é composta por profissionais que atuam direta e indiretamente com manutenção no setor secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços) da economia, dispostos à difundir informações, artigos, opiniões, debates e eventos, para estudantes e profissionais que atuam com engenharia de manutenção e/ou confiabilidade, assim como na gestão de ativos, recursos, serviços e riscos.

A linha editorial da Revista Manutenção está plenamente alinhada com o código de ética e conduta de entidades, instituições e conselhos de classe como CONFEA, CREA e FNE, no sentido de fomentar o desenvolvimento social e econômico nacional, por meio do progresso ciêntício e tecnológico sustentável, com o objetivo de garantir o bem-estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade; nas suas raízes históricas, assim como nas gerações atuais e futuras.

Explorar o potencial da internet para tornar-se referência como acervo científico e tecnológico, através da publicação de conhecimento, sob licença de uso que o permita ser difundido entre estudantes e profissionais que atuam direta ou indiretamente com manutenção, cujos interesses sejam convergentes e alinhados com a missão, visão e valores descritos aqui.

O desenvolvimento social e humano é determinante para o desenvolvimento econômico do país e das empresas, portanto defendemos que o Estado, assim como a iniciativa privada, devem priorizar investimentos para a educação e capacitação profissional, assim como adotar e promover políticas e valores que promovam o estado de bem estar e justiça social, considerando o princípio da igualdade de oportunidades com isonomia e equidade.

O meio ambiente é patrimônio da humanidade, e não deve em hipótese alguma ser submetido aos interesses corporativos e/ou especulativos de mercado, portanto protegê-lo e preservá-lo através da legislação ambiental e demais recursos ciêntíficos e tecnológicos é um dever ético imutável e comum a todas pessoas, profissionais, empresas, governos e países.

O progresso social, político, econômico, científico e tecnológico nacional, depende da adoção de uma política econômica desenvolvimentista, não ortodoxa, que reverta e supere as crises econômicas resultantes do modelo fracassado que popularizou-se nos países sub-desenvolvidos em meados da década de noventa.

A meritocracia é uma distopia que catalisa a corrupção e subverte as regras instituídas em nome do bem-estar coletivo, tornando-as flexíveis e barganhaveis diante de interesses escusos, portanto ela deve ser superada.

A transparência é sinônimo de lisura, portanto informações e opiniões devem ser devidamente separadas e identificadas, para evitar que o público seja submetido ao engodo da persuasão e da fabricação de consenso.

Todo conhecimento adquirido, seja ela discursivo ou intuitivo, deve ser multiplicado, compartilhado e utilizado para garantir que os valores expressos acima, sejam consolidados de modo empírico.