O viaduto que desabou na terça-feira (6), sobre quatro (4) veículos e atingiu um restaurante em Brasília, estava sem manutenção e deveria ter sido interditado em 2009, quando o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF) alertou sobre os riscos e a necessidade de "MANUTENÇÃO URGENTE", porém morosidade na conclusão do relatório publicado somente em 2012 e irresponsabilidade da administração pública, atrasaram e mantiveram a manutenção do viaduto no ostracismo por praticamente dez (10) anos.
A auditoria realizada em 2009 teve seu relatório concluído apenas em julho de 2012, e apesar de moroso, poderia ter evitado o incidente, que por sorte não se tornou um acidente, uma vez que poderia ter gerado vítimas fatais, como ocorreu em Belo Horizonte há 4 anos, numa tragédia que fez duas vítimas fatais, Hanna Cristina dos Santos, de 24 anos, e Charlys do Nascimento, de 25.
O relatório da auditoria divulgado indicou que outras seis edificações também receberam a mesma classificação, sendo que uma delas é um outro trecho do viaduto que desabou, o que por sí só era motivo suficiente para interditá-lo imediatamente, levando em consideração os riscos e que a auditoria foi realizada três (3) anos antes da conclusão e da divulgação do relatório em 2012.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), reconheceu que a causa do desabamento do viaduto do Eixão Sul foi a falta de manutenção. Segundo ele, a rodoviária do Plano Piloto e os viadutos que cortam as vias S1 e N1 já passaram por revisão. “Esse, infelizmente, ainda não tinha recebido manutenção”, disse.
Em nota enviada pela sua assessoria de imprensa, o Tribunal de Contas informou que desde a realização da auditoria que apontou a necessidade urgente de reparos e manutenção daquela estrutura “a Corte tem reiterado determinações para que o Governo do DF implemente um plano de conservação de bens e monumentos públicos e destine recursos para essa ação, o que não foi cumprido integralmente pelo GDF.”
Diante do ocorrido, o governador do estado informou que serão destinados R$ 50 milhões da reserva de contingência para obras necessárias em viadutos e pontes, com prioridade para as intervenções no trecho do viaduto de que desabou.