As 3 primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as máquinas a vapor, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação. A quarta revolução industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza por três pilares tecnológicos:
- Alta capacidade de armazenamento das informações;
- Identificação de tendências por análise de dados;
- Integração ou fusão de várias tecnologias.
Você já parou para pensar que o mundo da manutenção será diretamente impactado por essa revolução independente da sua área de atuação?
A exemplo dos pioneiros da indústria automobilística, na indústria naval já acontece uma invasão de robôs em curso em um dos setores que exigem uso intenso de mão de obra - a construção naval. Em busca de custos mais baixos e mais rapidez na construção, a Hyundai Heavy Industries e a Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering, como exemplo, já estão usando automação para construir partes importantes de gigantescos navios de contêineres, alguns com até 400 metros de comprimento.
A Hyundai Heavy afirma ser novidade global o uso de um robô industrial de 670 quilos (projetado e testado internamente) capaz de dobrar e soldar chapas de aço para as partes de vante e ré dos navios por meio de conectividade remota entre a máquina e o software de design. As principais características dessa nova fase da indústria são a utilização cada vez mais comum de câmeras e sensores nos processos industriais, o ajuste e manutenção de máquinas feito remotamente e a baixa emissão de ruídos, com máquinas cada vez mais silenciosas e pouco fluxo de trabalhadores.
Navio Yara Birkeland
Fruto dessa nova geração de conceitos industriais, o navio YARA Birkeland é uma embarcação autônoma de contêineres com emissão zero de gases, desenvolvido em conjunto pelas empresas Kongsberg e Yara. O navio foi nomeado em homenagem ao fundador da Yara, Kristian Birkeland, e será o primeiro navio contêiner 100% elétrico e autônomo do mundo após seu lançamento, previsto para 2019.
A Kongsberg é responsável pelo desenvolvimento, fornecimento e integração de sensores, sistemas de acionamento elétrico, baterias e controle de propulsão. O YARA Birkeland entrará em serviço inicialmente com o navio tripulado, e após essa fase inicial de teste começará a operação sem tripulação, ou seja, de forma totalmente remota e autônoma, em uma rota marítima entre os portos de Brevik, Herøya e Larvik, no sul da Noruega. Com isso, irá reduzir o transporte de caminhões movidos a diesel em cerca de 40.000 viagens por ano, minimizando os níveis de NOx e CO2.
O navio autônomo de contêiner terá um comprimento total de 79,5m, e contará com um sistema de ancoragem automática que não exigirá preparações especiais nos portos, permitindo sua atracação e desatracação na forma autônoma.
A navegação e as operações autônomas do navio serão controladas por diversos sensores de proximidade, incluindo um radar, um dispositivo de detecção e alcance de luz, um sistema de identificação automática (AIS), um sistema de imagem e por câmeras infravermelho.
Os sistemas de comunicação da YARA Birkeland incluirão um rádio de banda larga marítima e uma conexão de rede virtual privada (VPN) através da Inmarsat.
O navio irá navegar com uma velocidade entre 6 e 10 nós, e estará equipado com propulsores azimutais e bow thrusters Brunvoll, alimentados por um pacote robusto de baterias. Em relação aos propulsores Brunvoll, trata-se do tipo PU74, cada um de 900 quilowatts, os bow thrusters são do tipo FU63, cada um com 700 quilowatts.
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Navio Yara Birkeland reprodução Press Release da Yara