(BRUNO SILVA) Ocorreu entre os dias 28 e 31 de agosto, o 7° Desafio Universitário de Nautidesign (Duna), na Expoville, em Joinville-SC. O evento estimula universitários a desenvolverem e construírem um modelo funcional, em escala reduzida, de um rebocador de apoio portuário.Foram reunidos neste ano estudantes de oito estados brasileiros e uma equipe do Peru, ao todo, foram 28 equipes competindo em uma série de desafios, a fim de avaliar a qualidade de seu projeto e construção.
O objetivo principal é fomentar a geração de inovações na área de Engenharia Naval e promover a interação entre os alunos. As embarcações foram construídas em materiais diversos, como alumínio naval, fibra, resina, aço e materiais poliméricos. A dose de criatividade aplicada foi grande, em alguns projetos, por exemplo, houve a utilização de impressora 3D para confeccionar casco, componentes de sistema e superestrutura (casaria).
No campo da inovação, os projetos também se destacaram, em algumas embarcações, foram adotados painéis solares para prover a alimentação do sistema de arrefecimento.
A equipe Poli Náutico, da Poli USP, trouxe uma embarcação com propulsão azimutal em vez de linha de eixo com leme. A embarcação do time foi baseada no rebocador “Eddy TUG”, que possui dois propulsores azimutais em seu plano de simetria, um na popa e um na proa, proporcionando uma excelente manobrabilidade. A equipe também modificou um controle remoto de aeromodelos, substituindo as manetes por potenciômetros infinitos, a fim de governar o azimutal com giro o de 360°.
As embarcações também chamaram a atenção no quesito aparência, com destaque para o Holandês Voador 1, desenvolvido por alunos de engenharia naval da UFSC. O barco foi levado até o Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville-SC, para ser colorido e customizado pelas crianças e adolescentes atendidos pela instituição, resultando numa embarcação bem colorida e simpática.
TESTE DE BOLLARD PULL
Em um rebocador de apoio portuário, um dos testes mais importantes para que ele entre em operação é o Bollard Bull.
Neste teste é medido e emitido um certificado de tração estática, obrigatório por norma em todo rebocador com potência propulsora instalada superior a 300 HP.
Na prova de Bollard Pull do DUNA, as embarcações tiveram uma célula de carga eletrônica conectada na proa e fixada na margem através de um cabo, gerando assim os dados em formato digital. Os modelos precisaram manter a aceleração máxima constante por 12 segundos.
PROVA DE FORÇA
Outra etapa da competição foi a “prova de força”, mas afinal, o que é isso?
A prova consiste em empurrar uma barcaça, com 220 kg, por um circuito preestabelecido. Ela visa apontar a embarcação com a maior força e capacidade de manobra com carga, quem realizar a prova em menor tempo, ganha! O Desafio Universitário de Nautidesign também contou com provas de corrida, manobrabilidade e cabo de guerras. No cabo de guerra, as embarcações serão presas pela popa através de um cabo de aço presos a um mosquetão.
O evento foi patrocinado pela Praticagem de São Francisco do Sul – SC, que trabalha realizando manobras de atracação, desatracação e fundeio dos navios que atuam nos portos do complexo portuário da baía da babitonga, recebendo auxílio de rebocadores azimutais com Bollard Pull entre 45 e 73 Ton.
Confira abaixo a lista geral de participantes:
• UEA (Capitão Jack A, Capitão Jack B, Jaraqui 1, Jaraqui 2, Nauticam Phi, Navi)
• UFSC (Proteus, Holandês Voador 1, Holandês Voador 2, Hydra, Roboat)
• UFPA (Maresia, Tucunaré A, Tucunaré B, Cabanos)
• UFRJ (Minerva Náutica A, Minerva Náutica B)
• UFPE (Lampião A, Lampião B)
• UNIP (Team Naylamp, Uros)
• Estácio (Nauti Estácio)
• Poli USP (Poli Náutico)
• FURG (Pérola Negra)
• UFRGS (Nautilus)
• IFBA (Caramuru )
• UFS (Tortuga)
• IFF (Quissaboat) – Categoria Open/não universitário
No Brasil, assim como em todos os países que possuem comércio internacional por via aquaviária, a Praticagem é a atividade que proporciona eficiência e garante a segurança das operações dos navios que trafegam em suas águas territoriais, seja ao longo da costa ou em águas interiores, tendo o Estado como seu único cliente e os navios como usuários deste serviço. É uma operação disponível em todas as horas do dia, e em todos os dias do ano.
Pense grande, e toda máquina a vante!
Texto: Primeira edição publicada na Revista Manutenção sob licença Creative Commons | ![]() |
Fotos Barcos Nautidesign disponibilizada por Bruno Silva sob licença grátis com atribuição
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