Na última sexta-feira (17), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimou que o Brasil atingirá carga de energia recorde. A previsão é de que seja atingida a marca de 81,438 gigawatts (GW) neste mês. Caso se concretize, será o maior valor para quaisquer meses antes registrados.
A carga de energia no país tem batido recordes. Na terça-feira (14), foi alcançado um pico de 101,475 GW. A conexão com as altas temperaturas é evidente. Com o aumento das temperaturas em todo o país — passando de 40 °C em algumas regiões —, há também um crescimento no uso de aparelhos de refrigeração.
As mudanças climáticas são sentidas, principalmente, pelo mercado regulado de energia, que abarca residências, pequenas empresas e comércios. O grupo concentra cerca de 65% da carga total do país. Portanto, a maior utilização de ar-condicionado e ventiladores por esse grupo evidencia o crescimento da carda de energia.
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Já no mercado livre de energia, que envolve indústrias e grandes empresas, o clima impacta menos no consumo de energia. Neste segmento, o desempenho das diferentes áreas da economia apresenta maior influência nos gigawatts consumidos.
Neste ano, o consumo tem aumentado, significativamente, devido às questões climáticas. Fator que não ocorreu durante anos de um crescimento lento no consumo de energia. Em 2023, espera-se que a carga nacional do Sistema Interligado Nacional (SIN) aumente 3,5% em comparação com o ano passado. A previsão foi feita pelo último estudo em conjunto por ONS, Câmara de Comercialização de Energia e Empresa de Pesquisa Energética.
Ainda que apresente um crescimento estrutural e contínuo, o volume de energia consumido no Brasil fica abaixo de seu potencial. Para efeitos de comparação, o consumo do país equivale à demanda de pico do Texas, estado com um dos mercados de energia mais dinâmicos dos Estados Unidos.
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Produção de energia em novembro
A estimativa é do ONS é de que os reservatórios das usinas do Sudeste/Centro-Oeste devem alcançar 64,3% da capacidade de produção. Este é o principal subsistema para armazenamento das hidrelétricas e deve receber afluências que equivalem a 85% da média histórica em novembro.
Nas demais regiões, as chuvas também devem ficar abaixo da média histórica no Nordeste (44%), e no Norte (54%). A única região que deve ficar acima de sua média histórica é o Sul, a projeção é de que atingirá 530% da média. Tal fator é reflexo do El Niño, que ocasionou fortes tempestades na região.
Os níveis dos reservatórios são considerados confortáveis, tendo em vista o período chuvoso que se aproxima. Ainda assim, o ONS tem despachado termelétricas para atender o aumento exponencial do consumo de energia no país.
Escrito por: Thiago Baba Hideki
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