A participação da indústria no cenário nacional é fundamental para o país. Segundo o Perfil da Indústria Brasileira, feito pela Confederação Nacional da Indústria, o setor industrial representa 25,5% do PIB nacional. Na mesma base de dados, a participação da indústria nos empregos formais no país é de cerca de 21,2%.
Além dos dados macro em relação à participação da indústria no Brasil, é importante entender o panorama do emprego industrial. O Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria, identificou que dos empregos gerados no setor, 74% das ocupações são no nível de qualificação, ou seja, composta por pessoas sem uma escolaridade específica, mas com cursos na área. Apesar disso, são vagas que demandam formação em ensino técnico e superior que devem ter maior crescimento na composição da mão de obra da indústria, de 6,3% e 8,7%, respectivamente.
O emprego na indústria
O Mapa do Trabalho Industrial dá destaque para o período de transformação até 2025. A mudança no mercado de trabalho industrial tem como principal força motriz as inovações tecnológicas. Assim, a expectativa do estudo é de que seja necessário qualificar 9,6 milhões de trabalhadores industriais. Desse número, cerca de 80% são relacionadas à formação continuada, focada na atualização dos profissionais aos novos recursos e demandas.
Segundo os Indicadores da Indústria de março, produzidos pela Confederação Nacional da Indústria, o emprego cresceu 0,5% em comparação com fevereiro. De janeiro a março deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 1,2%. Ainda de acordo com esse levantamento, a massa salarial e rendimento médio dos trabalhadores também tiveram aumento, de 9,1% e 6,7%, respectivamente, em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Márcio Guerra, gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, afirma que os dados da pesquisa devem fomentar políticas voltadas ao emprego e à formação. Ele ressalta, ainda, os materiais analisados: “Para esse cálculo, são levadas em conta as estimativas das taxas de difusão das novas tecnologias nas empresas e das mudanças organizacionais nas cadeias produtivas, que orientam o cálculo da demanda por aperfeiçoamento”.
Qualificação em áreas de tecnologia e inovação
Eduardo Maróstica, professor de MBA da FGV, ressalta que as principais áreas de contratação são de construção, veículos, transporte, armazenagem e o setor alimentício. Em consonância com as tendências tecnológicas, o especialista destaca conhecimentos e habilidades que julga serem essenciais para ter mais empregabilidade no setor. “O mais procurado hoje são competências técnicas, sobretudo a respeito de da Indústria 5.0, que envolve Inteligência Artificial, programação e robótica”, analisa.
A lista com a maior quantidade de vagas para áreas de atuação com ensino superior, segundo o Mapa do Trabalho Industrial, é liderada por “profisssionais de planejamento, programação e controles logísticos”, “analistas de tecnologia da informação” e “gerentes de comercialização, marketing e comunicação”. Tal dado enfatiza o que foi dito por Maróstica, ressaltando o destaque das áreas mais voltadas à tecnologia e inovação.