(Engetag) Avançando no 2º semestre, tá chegando a hora de preparar o orçamento para o próximo ano. É a ocasião em que o gestor de manutenção tem em mãos a oportunidade de dar uma boa melhora no nível de disponibilidade dos ativos e produtividade de suas operações. Na verdade, é a chance que aparece uma vez por ano de dar uma boa resolvida nos gaps de desempenho que sua gestão de manutenção tem apresentado, e de forma planejada, organizada.
A prática recomendável para iniciar o trabalho de orçamento anual é revisitar a classificação de criticidade dos sistemas e equipamentos de sua unidade. Com uso da metodologia baseada na Confiabilidade dos Ativos (RCM), promover a revisão dos fatores de avaliação de criticidade e redefinir quais equipamentos são críticos e deverão merecer uma estratégia de manutenção diferenciada.
Como os equipamentos considerados críticos tem por característica de ao falharem, causarem impactos indesejáveis para a operação e os negócios da empresa, os mesmos devem ser monitorados muito de perto e em intervalos curtos. A idéia é conseguir identificar qualquer eventual falha do mesmo logo em seu início.
Para tal, na hora de preparar o plano orçamentário, o gestor deve rever as estratégias de manutenção atualmente sendo adotadas para os críticos. É aí que o time da manutenção preditiva fica importante. Quanto mais recursos empregados para monitorar a condição do equipamento, mais cedo se consegue detectar uma eventual falha e mais tempo sobra para recompor seu funcionamento normal, impedindo que o problema venha a se transformar em um verdadeiro colapso.
Portanto o plano orçamentário deve privilegiar recursos – mão de obra e verba – em manutenção preditiva. Dependendo do tipo de operação, o nível de preditiva deve ser maior do que 60% do total a empregar. Bem diferente de empresas – e não são poucas – que apresentam arranjos do tipo: pra lá de 50% em corretivas, menos de 10% em preditivas e o restante entre preventivas e melhorias (e tome atrasos e horas extras ! !).
Manutenção 4.0
Bom, estamos na era da Indústria 4.0. E por que não inserir no plano orçamentário umas doses de modernização da Indústria 4.0? A chamada quarta revolução industrial abrange tecnologias recentes, de ponta, que tanto aprimoram o modo de fazer manutenção, especialmente a preditiva, como podem melhorar muito o desempenho do setor de PCM.
Muitas dessas tecnologias já fazem parte de nosso dia a dia: transferência de dados e monitoramento remoto por wi-fi (extensivo), impressoras 3D, corte a laser, robótica, drones, softwares de gerenciamento muito mais sofisticados.
Comentando alguns exemplos:
• Vários tipos de preditivas técnicas e sensitivas podem ser monitorados à distância, sem cabeamento, configurando a planta virtual e promovendo rastreabilidade em alto nível: por meio de sensores de pressão, temperatura, nível e de outros parâmetros;
• Sensores de vibração em equipamentos rotativos informando o comportamento dos mesmos de forma remota;
• O avanço de softwares de gerenciamento integrados, compilando informações de histórico de intervenções, com base de grandes volumes de dados em rede e informando a vida útil de componentes em tempo real;
• Monitoramento aéreo de reservatórios, barragens, aterros, armazenamento ao tempo, etc.;
• Uso de tablets e smartphones: o que até então era um placar eletrônico de OEE fisicamente instalado no meio da fábrica hoje pode ser visto em tempo real nos smartphones, bem como qualquer informação publicada fisicamente em painéis de gestão à vista, relatórios gerenciais, laudos, etc.;
• Entre diversos outras implementações com benefícios enormes em eficiência, qualidade e redução e custos.
Para finalizar, um pouco de liturgia não faz mal a ninguém: a preparação de um plano orçamentário deve ter qualidade suficiente para que a sua execução resulte nos objetivos esperados. Ou seja, seguir a máxima de ‘quanto mais bem feito o planejamento, mais bem sucedida será sua execução’.
Vale a pena investir num plano orçamentário realista e consistente. A partir daí o gestor ganha muito em previsibilidade dos resultados.