A Fitch acredita que as empresas do setor sucroenergético terão um forte fluxo de caixa e alavancagem estável em 2024, conforme divulgado em seu relatório mais recente. A agência de classificação de risco destacou que suas perspectivas para o setor de açúcar e etanol na América Latina são "neutras", com a última alteração de nota ocorrendo em 2021, e a mais recente elevação em 2022. Desde então, todas as companhias analisadas pela Fitch são consideradas "estáveis".
No cenário atual, a Fitch avalia seis empresas brasileiras que atuam no mercado de etanol, projetando a manutenção das classificações em 2024. Essas empresas incluem Raízen (AAA), FS (AA-), Jalles (AA-), Inpasa (A+), Nardini Agroindustrial (A) e Zilor (A).
A agência ressalta que a perspectiva estável para esses emissores é sustentada pelo forte fluxo de caixa esperado e pela manutenção de uma alavancagem relativamente estável, mesmo diante de maiores investimentos nos canaviais, conforme indicado no relatório assinado pelos analistas Flavio Fujihira, Marcelo Pappiani e Ricardo Junqueira.
Quanto aos preços internacionais do açúcar, a Fitch espera que permaneçam altos em 2024, em torno de 24,6 centavos de dólar por libra-peso. Os produtores brasileiros devem continuar se beneficiando desses preços elevados, especialmente devido a posições atrativas já fixadas.
Em relação ao etanol, a agência projeta valores mais baixos, influenciados pela política de precificação da Petrobras estabelecida em março de 2023, que ainda gera incertezas e impacta as estratégias comerciais das usinas.
A Fitch também prevê uma leve queda na alavancagem das empresas de açúcar e etanol em 2024. Apesar disso, as condições de crédito para as empresas bem classificadas devem permanecer favoráveis, mesmo diante de um cenário de maiores despesas financeiras.
No entanto, a agência alerta que empresas enfrentando dificuldades financeiras podem encontrar problemas de acesso limitado a financiamentos em meio à volatilidade de preços. O relatório ainda destaca nove pontos de atenção para as sucroenergéticas em 2024, abrangendo cinco aspectos de mercado e quatro perspectivas financeiras.
Por: Nova Cana